sexta-feira, setembro 22, 2006

Camisola às riscas azuis e brancas

A minha obra de Verão, determinada desde que vi no site da Gedifra uma assim (faz parte de uma colecção de Verão mais antiga que já não está disponível no site – imagem superior).
400g de Âncora Criativa (100% algodão, 125m/50g), ag. nº 3 ½.

O projecto inicial...

...A obra final


Demorou-me algum tempo a terminar, o que se explica com o não estar a seguir um molde e ter de perder algum tempo a improvisar. Mas valeu a pena e deu-me muito gozo, até porque a parte de tricotar propriamente dita é rápida (“vou fazer só mais uma risca!”).

Foi feita em duas partes: frente e costas. Em cada parte as mangas foram tricotadas logo juntamente com o corpo, na horizontal. Depois, para não existirem costuras nos ombros e as riscas continuarem sem interrupção, as duas partes foram unidas ao nível dos ombros com a técnica do “grafting”, que é uma técnica muito interessante.

Consiste em unir duas peças passando o fio com uma agulha de coser por entre as malhas, de modo a reconstruir uma carreira de malhas. Não fica nenhuma costura, o resultado final é uma junção invisível.
É bastante útil para unir peças, acrescentar partes a uma peça já feita ou mesmo para resolver erros a meio de uma peça sem necessitar de desmanchar metade do trabalho: nestes casos desfaz-se uma volta no sítio pretendido separando o trabalho em duas peças, resolve-se o erro e volta-se a unir as partes. Isto serve para aumentar ou diminuir um trabalho (por exemplo, uma camisola) sem necessidade de desmanchar tudo o que já foi feito.
Os esquemas abaixo e mais pormenores da técnica estão no site da Phildar em “Conseils Tricot": Conseils et Astuces.

Em jersey direito:


Em jersey do avesso:

Pormenores do ombro com grafting ou seja... um ombro sem costura:

Decote:

Acabamento em bruto nas mangas:

O engraçado foi que acabei por ter de usar o grafting uma outra vez, que justifica bem a utilidade deste método na resolução de erros: apesar do cuidado na contagem das riscas, acabei com uma risca azul a menos nas costas, antes das mangas, e só dei por isso quando já ia juntar as peças!! Ia tendo um ataque… mas em vez disso, abri no sítio que tinha de acrescentar (entre o corpo e as mangas), fiz as riscas que faltavam e uni ao resto da peça. É rápido e vale bem mais a pena do que desfazer tudo até à risca que falta: neste caso significava desfazer a parte das mangas totalmente tricotada!!

O cós foi feito com a técnica do cós duplo. Como é feito em liga, para não revirar dobra-se metade para dentro. A inovação é que isto é feito logo no início, nas agulhas de tricô, sem necessitar de coser! Vi esta técnica numa revista para o ponto de meia, mas pode-se fazer para o ponto de liga, como neste caso.

Cós duplo

Basicamente, faz-se assim: calcular a altura de cós que se pretende e tricotar o dobro de centímetros. Parar após uma volta do avesso. Colocar as malhas da orla de montagem numa agulha auxiliar fina. Com o direito virado para nós, dobrar o cós ao meio de modo a ficar com a agulha auxiliar atrás da agulha principal. Agora, na volta do direito, tricotar juntas 1 malha de cada agulha. No fim da volta, o cós já está dobrado e “cosido” e pode-se continuar normalmente o trabalho.

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sexta-feira, setembro 15, 2006

2005 II

Cachecol em tons de tijolo

Mais uma boa surpresa numa visita à minha loja, com a chegada das primeiras lãs de Inverno ainda em Agosto. Levei dois novelos para férias e em duas noites tricotei este cachecol. Fi-lo curto e a fechar com uma fita de cetim para evitar os nós volumosos à frente do pescoço, já que a lã é muito grossa.
100g de Gedifra Sheela (48% lã virgem, 48% acrílico, 4% poliamida, 30m/50g), ag. nº 9, fita de cetim cor de laranja.


Medidas: 110 x 17 cm


Top verde com fita rosa

Continuando com as cores do fio de algodão… Adorei a combinação do verde com o rosa forte. Tive a visão deste top a caminho do Algarve: surgiu assim de súbito na minha cabeça. O resultado final acabou por corresponder. Corpo em canelado 2/2 com ag. 3 ½ (aconselho começar o canelado com ag. 3 e ao fim de umas voltas mudar para as ag. 3 ½ – fica um começo mais regular). Parte de cima em croché, em ponto alto. O contorno superior, em rosa, é em ponto baixo, feito à volta de um fio elástico. No início do croché, sob o peito, foi colocada a fita rosa.
200g de Âncora Criativa (100% algodão, 125m/50g), ag. tricô nº 3 ½, ag. croché nº 2 ½, 1m de fita rosa, 1m de fio elástico.

Casaco Filadelfia

É um modelo da Pingouin Brasil. A primeira receita posta no site era uma confusão e passei algumas horas a tentar deslindá-la sem resultado. Quando pensava que o defeito era meu, o site decidiu esclarecer as muitas leitoras com dúvidas e publicou uma receita actualizada. Afinal é fácil de fazer e como o algodão é grosso, rende bastante.800g de Âncora Criativa (100% algodão, 124m/100g), ag. tricô nº 5, ag. croché nº 4 ½.

Casaco amarelo mesclado em lã grossa com gola de rebuço

Uma longa história… Começou pela compra da lã, que adorei, em Novembro de 2003. Ia ser um casaco comprido mas a lã não chegava e a vontade estagnou. Consegui mais lã mas ficou tudo arrumado no saco, até que me enchi de coragem, desfiz o que já estava feito e recomecei numa versão mais curta. A gola já desde o início que ia ser assim, de rebuço. Pensei em fazer as abas arredondadas ainda antes da tendência de casacos deste corte que entretanto já surgira quando o acabei. A parte mais difícil acabou por ser mesmo o botão. À falta do botão amarelo que eu idealizei, ficou este. Casaco muito quente… O único inconveniente: a lã é rústica e larga muitos fios, por isso não é aconselhável usar com roupa escura…
650g de Rosários 4 Tibete (100% lã, 40m/50g), ag. nº 9, 1 botão.

Bailarinas brancas

Adoro-as. Foi a primeira vez que trabalhei com 5 agulhas em simultâneo. O modelo é da revista Marie Claire Idées nº 58, do Outono deste ano (deixo aqui a dica para esta revista. Não é exclusivamente de tricô, mas traz sempre dois ou três modelos em tricô ou croché e muitas outras ideias encantadoras). É inserido um fio elástico para maior ajuste ao pé. No calcanhar aplica-se uma presilha por onde passa a fita de cetim. Na minha ainda falta o lacinho...
100g de Rosários 4 Courtelle 10 (100% acrílico, 104m/50g), 5 agulhas nº 5, fitas de cetim branco, fio elástico.


Meias de pescador em lã mesclada

Depois da primeira experiência com 5 agulhas, decidi fazer umas meias. O modelo foi adaptado de um outro. Ficaram um pouco largas, inspiradas naquelas meias grossas que se usam para andar por casa. É apenas uma de várias técnicas possíveis para fazer meias. Tenho de praticar outras. A lã é da Rosários 4, era vendida em meadas e agora é vendida em novelos de 50gr. Contaram-me na loja que quem usa muito esta lã e as cinco agulhas são as mulheres dos pescadores da Ericeira. Tricotam muitos pares de meias para os maridos usarem quando vão para o mar.
150g de Rosários 4 Ecowool (100% lã, 80m/50g), 5 agulhas nº 5.
Adaptado de “Le Tricot pour Débutants”.


2005 I

Almofada verde e cru

Tinha comprado este fio de algodão muito grosso, em verde e em cru, em 2002 com a ideia de fazer uma mala em croché. Quando já tinha o quadrado feito, acabou-se a linha e pus o trabalho de parte, até que vi mais fio igual à venda e decidi terminá-la neste ano. Entretanto já tinha pensado em fazer uma almofada mas, como não me apetecia crochetar outro quadrado igual, decidi usar tecido. As cores do tecido acabaram por combinar muito bem com o croché. São dois quadrados, um de tecido e outro de croché, unidos com quatro rectângulos de croché com as cores invertidas – tudo em ponto baixo.
500g de Rosários 4 Bouquet (100% algodão, 85m/100g), ag. croché 6, tecido IKEA.


Xaile aos quadrados em croché

O ano da euforia criadora. Ainda estávamos em pleno Verão e já eu sonhava com a chegada do Outono para poder fazer e usar coisas aconchegantes. E porque não começar logo? Algo que pudesse aconchegar-me já nas noites de Verão mais frias. Abasteci-me de novelos e do vai e vem frenético duma agulha de croché nº 3 ½ saiu este xaile rectangular aos quadrados.
700g de Rosários 4 Courtelle 10 (100% acrílico, 104m/50g): 500g em azul, 100g em rosa e 100g em laranja, ag. croché º 3 ½ .


Bikini em croché

Apetecia-me fazer um bikini em croché, já tinha um mas de compra. Como não consegui decidir-me quanto às cores a usar, acabei por trazer um novelo de cada cor e usar todas.

50g de cada cor Âncora Criativa (100% algodão, 125m/50g), ag. croché nº 2 ½ , 2,5m de fio elástico.


O top foi improvisado e as cuecas foram inspiradas nas do bikini que eu já tinha: faz-se o ponto baixo das carreiras em verde (do contorno da cintura e das pernas) à volta de um fio elástico, deixando-o assim dentro do ponto baixo, para um maior ajuste ao corpo. Começa-se por fazer um cordão verde simples para unir os lados das cuecas. É sobre este que se vai fazer o ponto baixo: primeiro o da cintura e depois o de cada perna. Deste modo, cada lado vai ter dois elásticos.


Bases para copos em croché

Com os fios que sobraram do bikini aproveitei para fazer umas bases de copos com as cores do Verão. Cada uma tem uma cor para toda a gente identificar o seu copo. São quadrados de croché em ponto alto, feito com ag. 2 ½. O contorno é feito com uma volta em ponto de caranguejo, com ag. 3 para o ponto ficar folgado e as pontas não revirarem.

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domingo, setembro 10, 2006

2002

Écharpe bege com pelinho

Em Setembro deste ano, quando os dias começavam já a lembrar-nos do Outono, entrei na minha loja, favorita desde então, e vi uma lã da Gedifra que me fez levar logo uns novelos em bege, para fazer uma écharpe. O fio é muito pesado, por isso, apesar de a largura inicial ser de 40 cm, depois de posta ao pescoço e com o próprio peso, ela acaba por ficar mais estreita. A textura é espectacular. Super simples de fazer: montei 64 malhas e tricotei em ponto de meia até ao comprimento desejado.
150g de Gedifra Pantarei (100% poliamida, 130m/50g), ag. 6.

Camisola de gola alta azul petróleo

Quando terminei o cachecol anterior, comecei esta camisola para usar esta lã com uma cor que me apaixonou. Era a primeira vez que se começava a ver a cor azul petróleo e lãs nessa cor. É comprida e tem o talhe cintado o que a torna uma camisola muito confortável. O único inconveniente: a malha apertada fez usar cerca de 700g de lã, que no Inverno demoram imenso a secar!
700g de Rosários 4 Cantábrico (70% acrílico, 20% poliamida, 10% lã, 130m/100g), ag. 5.

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2001

Camisola cru em liga com gola alta

Voltei a pegar em agulhas para fazer esta camisola inspirada numa que vi num catálogo de roupa deste Inverno. A dificuldade foi encontrar lã igual na cor e na textura… Como quem não tem cão, caça com gato, o resultado ficou apenas semelhante. Mas gostei de a tricotar e é muito quentinha.
Lã Gincana (70% acrílico 30% lã, 160m/100g), ag. 5.


O projecto inicial...

O projecto final...

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1996

Top salmão

A primeira peça de vestir que fiz. Logo nesse Verão, após a compra do livro, aproveitei para pôr em prática os meus recém adquiridos conhecimentos e tentei este top (modelo do próprio livro) num fio em salmão, agulhas nº 4 1/2. O fio é muito suave e agradável, com uma percentagem de angorá. As malhas largas e irregulares denunciam a inexperiência... Apesar de ser a primeira peça que fiz, pensei em refazê-la porque o fio é tão bonito que até tenho pena de o ver empatado (já comecei a desfazer, daí só se ver a parte da frente).


Camisola azul com decote redondo

A primeira camisola de Inverno que fiz. As mangas já são com montagem tubular, que só aprendi depois de ter feito a frente e costas! Ficou bem mais larga do que seria necessário mas serviu para treinar o ponto de meia. Adorei a sensação de vestir uma camisola feita por mim (na altura em que se usava este modelo de camisola larga com cós apertado)...
375g de lã CISNE (70% acrílico, 15% lã, 15% nylon), ag. nº 3 e 3 ½

Gato emplastro...


sexta-feira, setembro 08, 2006

Como tudo começou

Comecei a tricotar com 5 anos de idade mas nessa altura só aprendi a tricotar em liga e a direito. Sentia-me limitada mas o encanto de ver umas agulhas a transformar um novelo nunca me largou.
Até que aos 14 anos descobri na Feira do Livro o livro que ia mudar a minha vida. Foi com ele que aprendi a base toda do tricô: ponto de meia, ponto de arroz, canelado, remate, aumentos, mates, torcidos... E descobri como se podia tricotar uma peça com todas as curvas e recortes que se desejassem (porque entretanto tinha aprendido croché e achava este muito mais versátil)!

Costura e Tricô, Felicity Everett, Angela Wilkes e Carol Garbera, 1986

Fiz algumas peças mas voltei a adormecer o vício, um pouco desencantada com as lãs que então conhecia… Até que há cinco anos descobri uma loja com lãs maravilhosas que me acordou a vontade de pegar em agulhas. Depois, descobri o tricô na Internet e foi o delírio. Aproveitei uma viagem a Paris para comprar uns livros de tricô, já que a oferta em Portugal é escassa ou mesmo inexistente (atenção FNAC portuguesa: quando é que vão ter os livros da homónima francesa?)

Le Tricot pour Débutants, Sasha Kagan, 2004
Tricot Vintage, Sarah Dallas, 2003

Desde aí as agulhas nunca mais tiveram descanso e estou sempre com um trabalho (ou dois, ou três) em stand by… E a coleccionar revistas, livros… É com eles que vou aprendendo novos pontos e técnicas.

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quinta-feira, setembro 07, 2006

O início…

Quem faz um blog fá-lo para mostrar o que vai fazendo, com a tímida esperança de servir de inspiração a quem o visita. E com a expectativa da apreciação e do comentário alheio.
Este é o meu blog, o meu arquivo de inspiração. Ficarei muito feliz se vos inspirar também.