segunda-feira, março 26, 2007

Vermelho

Porque isto é um blog de tricô, croché e tudo o mais, não resisto a partilhar convosco algo que, não tendo nada a ver com novelos ou agulhas, tem tudo a ver com o meu gosto de criar e com uma outra paixão minha que é a decoração. Há pouco tempo remodelei o meu quarto e foi este o resultado:


Antes:

Foi pintada uma única parede do quarto, deixando as outras na cor antiga, um bege clarinho que faz um contraste mais suave com o vermelho do que o branco.
Optei pelo Vermelho Imperial do catálogo da Cin e o meu pai, o mestre da bricolage cá da casa, pintou. Escolhi esta cor para servir de fundo e dar realce à cama, pela qual me apaixonei assim que a vi, muito antes ainda de pensar em mudar o quarto.
Para não sobrecarregar, optei por acessórios (roupa de cama, candeeiros, tapetes e cortinados) em cores claras (única excepção aos cortinados sobrepostos, que são também vermelhos). A mesa de cabeceira e a cómoda são em madeira, e em linhas (quanto a mim) intemporais.



No final, acho que o quarto resulta acolhedor e funcional, que era o que eu pretendia. Pelo menos ficou ao meu gosto, tal como o idealizara, e adoro-o. A única coisa que eu acho que ainda posso juntar é um quadro ou umas fotos àquela parede mas, como sou adepta de decorações que “se vão fazendo”, vou esperar que surja uma inspiração. Por enquanto vai ficando assim...

Já andava para partilhar o resultado e agora aproveitei para festejar... É que participei no passatempo "Decorador por 1 Dia" da revista Máxima Interiores e tive direito a uma menção honrosa (resultados na edição de Abril).


Revista Máxima Interiores, Abril 2007


Aproveitei também o pretexto para pegar no vermelho, e na linha das sugestões da Tany e da Mónica, continuar na mesma cor...

Gosto muito do vermelho em várias coisas e é uma cor muito versátil, com uma enorme gama de tonalidades, mas curiosamente tenho poucas peças de roupa nessa cor, porque acho difícil encontrar o tom certo no tecido certo. Do mesmo modo, também acho que nem todos os tons de lãs vermelhas resultam. Acabo por adorar peças vermelhas no Inverno, precisamente porque nesta altura a maioria das pessoas opta pelos tons neutros e escuros e uma peça vermelha causa sempre um grande efeito. Um exemplo são os casacos: este Inverno apaixonei-me por dois casacos vermelhos lindos, mas quando acabei por ter tempo para ir às compras já tinham esgotado... Espero encontrar substitutos na próxima estação.
O que eu também adoro em vermelho são acessórios, e a nível de acessórios, tenho uma verdadeira paixão por chapéus. Uma das últimas aquisições para a colecção (presente do namorado) foi este chapéu:

É em feltro de lã e tem um design muito “anos 20”, que acho adorável.
Mais tarde, hei-de mostrar mais chapéus da minha colecção.

Espero que tenham gostado deste post um bocadinho "fora do tema"!

segunda-feira, março 19, 2007

Inspirações de Primavera

Com os passados dias de sol a prepararem-nos para a Primavera e para o calor, já dá vontade de começar a tricotar peças frescas. Ainda por cima, fui à minha loja do costume e já vi as novidades de fios para o Verão. Saí de lá a levitar e com a cabeça cheia de ideias. Haja tempo… Por estes dias também fui ao site da Gedifra e vi a nova colecção de Primavera: Highlights 071. Aqui ficam alguns modelos:





Se ainda não repararam, muitos dos modelos que vêm nas últimas revistas Tricot são das colecções de Inverno da Gedifra, o que eu acho o máximo. Agora o que eu pergunto é porque é que eles não editam uma revista de Primavera/Verão com os modelos destas colecções? Então, resolvi escrever para a Editorial Nascimento a dar conta desta grande falta no mercado e da grande expectativa de muitas leitoras. Penso que mais pedidos poderiam levá-los a ponderar a questão, por isso, sugiro a quem esteja também interessada que envie um e-mail para os contactos que vêm na revista.

E já agora, alguém me sabe dizer alguma coisa acerca do TG Club, que veio anunciado nuns suplementos de tricô da revista Labores del Hogar em Novembro e Dezembro passados? Pelo que percebi, é um clube para gente interessada em tricô, promovido pela Coats & Clark, em que se enviava um e-mail com os dados e enviar-nos-iam informações. Eu enviei – duas vezes – e até agora nada… Mais alguém está na mesma situação, ou noutra (= já recebeu novidades)? Obrigada a quem me saiba esclarecer!

segunda-feira, março 12, 2007

Ainda o entrelac...

As instruções da camisola original estão na revista Tricot nº 6 (ver post 21 Jan). São bastante fáceis de seguir mas tomei a liberdade de transcrevê-las simplificando dois ou três pormenores que quanto a mim estavam um pouco complicados. Quanto ao esquema, que na figura tem duas cores, neste caso (e assumindo-se que se está a trabalhar com uma única cor), deve ignorar-se a diferença de cores.

Para quem queira experimentar o ponto, mas não queira fazer a camisola, sugiro na mesma que tentem fazer as primeiras duas ou três filas descritas para a camisola e facilmente perceberão como podem aplicar o ponto em qualquer peça: uma écharpe rectangular, uma manta, etc.



Instruções para a camisola



Medidas: tamanho único para peito 86/97 cm

Material: 600g de fio 53% lã, 47% acrílico (90m/50g), ag. circular 6 cm

Amostra: 16m x 20v = 10x10 cm em p.meia. Um quadrado mede cerca de 12,5 cm em diagonal.

Execução:
Trab. a camisola numa só peça, começando na extremidade inf. das costas.
Montar 48 m. e tricotar em p.meia os primeiros triângulos da base do seguinte modo: * 2 m liga, vire, 2 m meia, vire, 2 m liga, depois trab. a m seg. da orla de montagem = 3 m, vire, 3 m meia, vire, 3 m liga, depois trab. a m seg. da orla de montagem = 4 m, vire, 4 m meia, vire. Continuar no ponto até existirem 12 m na ag. da mão dta. Vire, 12 m meia, vire e 12 m liga. Não vire, mas deixe estas 12 m em descanso. Trab. os 3 triângulos seguintes do mesmo modo a partir de *.
Agora, trab. a 1ª fila de quadrados, começando na v. do direito. Comece com um triângulo inicial: tric. em meia as primeiras 2 m do último triângulo de base, vire, 2 m liga, vire, 1 m meia, faça 1 m meia inserindo a ag. só na parte de trás da m (na prática é um aumento: insere-se a ag. na parte de trás da m, não se tira e tricota-se novamente a mesma m), 1 acavalamento simples (= salte a última m, tric. em meia 1 m do triângulo de base e depois passe a m saltada sobre a m tricotada), vire, salte 1 m, 2 m liga, vire, 1 m meia, 1 m meia inserindo a ag. na parte de trás da m, 1 m meia, 1 acavalamento simples, vire, salte 1 m, 3 m liga. Continue no ponto. Assim, na v. do direito, no início das v., faça 1 m meia de aumento inserindo a ag. só na parte de trás da m, e trab. um acavalamento simples no final das v. até restarem 12 m e terem sido esgotadas todas as m do 1º triângulo de base. Não vire. Trab. um quadrado: apanhe 12 m ao longo da orla lateral do triângulo de base seg., vire, 12 m liga, vire, 11 m meia, 1 acavalamento simples (= salte a 12ª m em meia do quadrado, tric. 1 m meia a partir do triângulo de base e a seguir passe a m saltada sobre a m tricotada), vire, salte 1 m, 11 m liga, vire, 11 m meia, 1 acavalamento simples, vire, salte 1 m, 11 m liga, vire. Continue até esgotar todas as 12 m do triângulo de base. Não vire mas deixe as 12 m em descanso. Trab. os 2 quadrados seg. do mesmo modo. Para o triângulo final, apanhe 12 m ao longo da orla lateral do último triângulo, vire, 12 m liga, vire, 10 m meia, tric. junt. em meia as últimas 2 m, vire, 11 m liga, vire, 9 m meia, 2 m meia juntas, vire, 10 m liga, vire. Continue do mesmo modo até só restar 1 m.
Agora, trab. a 2ª fila de quadrados, começando na v. do avesso com um quadrado e terminando com um quadrado. Vire o trab., salte 1 m (= m do triângulo final), depois apanhe 11 m na orla lateral do triângulo de extremidade = 12 m. Vire, 12 m meia, vire, ** 11 m liga, 2 m liga juntas (= 12ª m juntamente com a m seg. do quadrado da 1ª fila), vire, salte 1 m, 11 m meia, vire, repita a partir de ** até todas as m do quadrado estarem esgotadas. Não vire mas deixe as 12 m em descanso. Para o 2º quadrado, apanhe 12 m ao longo da orla lateral do quadrado seg., vire, 12 m meia, vire, depois a partir de ** trab. tal como se fez para o quadrado anterior. Trab. do mesmo modo os quadrados seg.
Trab. a 1ª fila de quadrados mais 1x, depois para a manga, exec. 24 m novas e trab. 2 triângulos de base sobre elas, e depois, 4 quadrados. Para a 2ª manga, exec. 24 m novas com um fio separado e depois, com o fio principal da camisola, trab. ainda 2 triângulos de base = 8 triângulos ou quadrados. Depois, trab. 3 filas de quadrados sobre todas as m. na fila seg., trabalhando da esq. para a dta., trab. os primeiros 3 quadrados tal como indicado. E, para o decote, sobre os 2 quadrados seg., trab. triângulos finais, da seguinte forma: salte 1 m liga, apanhe 11 m ao longo da orla lateral do quadrado seg. = 12 m, * vire, 12 m meia, vire, 11 m liga, 2 m liga juntas (= 12ª m do triângulo juntamente com a m seg. do quadrado em baixo), vire, salte 1 m, 9 m meia, 2 m meia juntas = 11 m, vire, 10 m liga, 2 m liga juntas, vire, salte 1 m, 8 m meia, 2 m meia juntas = 10 m, vire, 9 m liga, 2 m liga juntas, vire. Continue no ponto. Assim, na v. do avesso tric. em liga a última m do triângulo juntamente com a m seg. do quadrado, e nas v. do direito, tric. em meia as 2 últimas m juntas. Na última v. do avesso, tric. 2 m liga juntas e depois apanhe 11 m ao longo da orla lateral do quadrado seg. = 12 m. Repita a partir de *. Após o 2º triângulo final, trab. mais 3 quadrados e depois coloque todas as m em descanso. Para a orla do decote da frente, exec. 24 m novas e trab. 2 triângulos de base. Depois, insira estes triângulos no centro do trab. Trab. a frente até ao fim em sentido inverso. Para isso, trab. 3 v. de quadrados sobre todas as m (com triângulos iniciais) e depois, para as mangas, trab. 2 triângulos finais para cada lado e ainda 4 quadrados no centro, tal como está indicado.
Acabamentos: Apanhe 50 m ao longo das orlas inf. das mangas. Trab. no ponto de cós da seg. maneira: na 1ª v. do avesso trab. m de ourela, depois, alternadamente, 5m liga, 3 m meia, termine com 1 m ourela. Quando o cós medir 20 cm, remate todas as m. Apanhe 83 m ao longo de cada uma das orlas da frente e das costas e trab. no ponto de cós, começando na 1ª v. do avesso com m de ourela, 2 m meia, depois, alternadamente, 5 m liga, 3 m meia, e termine em sentido inverso. Quando o cós medir 9 cm, remate todas as m. Feche as costuras dos lados e das mangas. Para a gola, com ag. circular, exec. 96 m e trab. no ponto de cós em voltas contínuas. Após 12 cm de altura, salte em liga a última m meia de cada 2º canelado de meia, tric. 1 m liga e depois passe a m saltada sobre a m tricotada = 90 m. Após 14 cm de altura, diminua do mesmo modo para os outros canelados = 84 m. Após 18 cm de altura, remate todas as m. Cosa a orla rematada à orla do decote.




Pormenor do ponto

Se repararem, cada quadrado tem sempre uma orla com "malhas gigantes", isto é, com metade do número de malhas verticais habitual (12 m verticais em vez das 24 m verticais do restante quadrado). Isto não é defeito: é feitio, porque sempre que se iniciam as voltas daquele lado, salta-se a 1ª malha. É mesmo assim para as medidas baterem certo.

terça-feira, março 06, 2007

Camisola entrelac



Está pronta!
É um mimo de usar, muito fofa e quentinha. E, como não me canso de dizer, foi muito mais fácil de tricotar do que pode parecer.

Como podem ver em baixo, ela é tricotada numa peça única (que inclui frente, costas e mangas e decote ao centro). Os cós e punhos são tricotados depois, apanhando malhas ao longo das orlas. A gola é tricotada à parte, numa agulha circular para não ter costura, e é depois cosida à camisola.




O ponto é trabalhado por filas: 1ª fila de triângulos para a direita, 2ª fila de quadrados para a esquerda, 3ª fila de quadrados para a direita, etc.

Como se faz um quadrado?

Levantam-se malhas na orla lateral do quadrado A (linha vermelha) e vai-se tricotando incluindo no final de cada volta do direito uma das malhas em descanso do quadrado B (seta azul):

Quando se esgotaram as malhas do quadrado B, tricota-se o quadrado seguinte levantando malhas ao longo da orla lateral de B, como se fez em A (ver foto seguinte). As malhas recém-tricotadas ficam em descanso (neste caso, ficam na agulha circular, que é flexível e que recebe todas as malhas em descanso; se se estivessem a usar agulhas rectas, as malhas em descanso ficariam em agulhas auxiliares).


O ponto é facilmente apreendido quando se começa. Eu comecei por experimentar e entusiasmei-me, por isso aconselho a pegar nas agulhas e a experimentar os primeiros triângulos... Num próximo post publicarei as instruções e o esquema para a camisola.



Por agora, aproveito para responder (mais vale tarde do que nunca) ao desafio proposto pela Mamã Martinho (com as minhas desculpas pela demora).

7 coisas que faço bem:
cozinhar (com nota para o molotov e para a pasta italiana feita em máquina própria)
comer tabletes de chocolate negro
comprar revistas compulsivamente (decoração, viagens, culinária, moda, tricô e afins...)
dar sangue (e espero um dia vir a dar medula também)
sonhar a cores (a dormir)
ir para a cama muito, muito tarde (quase com o sol a nascer)
emocionar-me com animais
7 coisas que não posso/não sei fazer:
encontrar/adquirir todos os tecidos e lãs que desejo
acordar cedo quando não preciso de fazê-lo
deitar-me cedo (nos dias em que devia e nos outros)
amassar pão (já tentei mas não resultou)
gostar de ovo cozido
cortar o cabelo curto
fazer os moldes de dificuldade três da Burda
7 coisas que me atraem no sexo oposto:
o olhar
inteligência
sentido de humor
ombros largos e pele morena
compreensão
romantismo q.b.
inconformismo e ousadia
7 coisas que eu digo muitas vezes:
Ai, eu não acredito nisto!
Bem, quer dizer...
Eh pá
Olha lá
Ah, por favor!!
P'lo amor dos céus...
Bichaninho da dona (para o gato!!)
7 béguins para celebridades
(tomei a liberdade de escolher 8)
Os meus pais (cujas vidas são um exemplo de força e motivação)
Aenne Burda (um exemplo de realização pessoal e de uma vida longa com um legado inspirador para muitas de nós)
Angelina Jolie (como mulher, pelo estilo, personalidade e atitude de vida que se reflecte para lá do trabalho das câmaras, no trabalho desenvolvido como Embaixadora da Boa Vontade da ONU) Fernando Nobre (fundador da AMI, já visitou mais de cem países realizando um trabalho que faz realmente a diferença)
Frank Lloyd Wright (arquitecto visionário, privilegiou a luz, os espaços amplos, a integração da casa na Natureza e tudo o que, quanto a mim, faz de uma casa uma habitação conseguida)
Fátima Lopes (pela atitude, coragem, audácia e determinação, conseguiu concretizar o seu sonho e levar a criação de nome português a ser reconhecida lá fora de modo prestigiante)
Marcel Marlier e Gilbert Delahaye (criaram a Anita e com ela encheram de magia a infância de milhões de crianças, incluindo a minha)
Tamara de Lempicka (pintora com uma obra original, ousou e viveu no seu tempo com a liberdade e a coragem que muitas mulheres não tiveram em épocas posteriores)

7 pessoas para responderem a este questionário:
A esta altura tenho a impressão que todas as eventuais candidatas já responderam, por isso vou esperar para a próxima...

Etiquetas: