domingo, novembro 09, 2008

Estou... apaziguada

Devo dizer que, passado o choque maior, e não sendo um defeito que me tenha inutilizado a capa, apercebi-me que fosse qual fosse o resultado da reclamação, isso não voltaria a pôr a capa como antes. A capa está usável e nem penso em ter o trabalho de lhe substituir o forro.
Ainda assim, o que eu queria era que: 1) me ouvissem, no meu direito a reclamar, 2) tentar compreender o que se passou para evitar situações futuras, 3) mais importante, que tivessem uma atitude correcta. Por isso informei-me, vi as opções e os resultados. Tudo ia depender da atitude do gerente.
Assim, hoje voltei à lavandaria com a capa.
Estava lá o gerente bem como a senhora que recebeu a capa no dia em que a deixei lá (que por acaso, nesse dia, ficou maravilhada quando soube que tinha sido eu a fazer a capa e até me deu os parabéns e fartou-se de elogiar a peça).
Expliquei o sucedido e tenho a dizer que se mostraram compreensivos e atenciosos. Vimos o ferro e a protecção da base, que dizem verificar com frequência (ainda me lembrei de levar um resto de forro e pedir para passar mas se eles trocaram a base entretanto, não acontecia nada e ainda ajudava a ilibá-los). Da limpeza a seco não parece ter sido porque a empregada deu a entender que até tinha sido muito cuidadosa com a capa em particular. Vimos outros forros de outras peças que lá estavam, intactos, mas o tecido era diferente. O meu tecido é muito delicado, ainda assim salientei que em casa tinha-o passado a ferro com um ferro de base de metal e não aconteceu nada. Por acaso, foi a senhora que gostou da capa que a passou a ferro e diz que não se apercebeu, pois se se tivesse apercebido teria parado logo. E voltei a constatar que à luz da loja não se vê tão bem como em casa...
Acabámos por não chegar a nenhuma conclusão relativamente ao que teria causado aquilo.
Eu expliquei que gostava de perceber o que se passara por uma questão de manter a confiança no serviço e para que não volte a acontecer. E que tinha sido um choque maior na medida em que era uma peça feita por mim. O facto de lá estar a dita senhora ajudou a enfatizar isso. O gerente perguntou se tinha sido eu a aplicar o forro e acabou por dizer que, sendo uma peça feita com tanto gosto pela cliente, se eu quiser substituir o forro, ele está disposto a pagar o valor do forro novo que eu lhe apresente. Ainda assim, admitiu que não garante que não volte a acontecer, uma vez que não se tinha conseguido perceber o que causara aquilo.
E pronto. Era só aquilo que eu queria ouvir.
Claro que não tenciono substituir o forro. Mas o que eu queria mesmo era saber que me ouviram, que se mostraram interessados e que admitiram a falha (mesmo que não se perceba qual foi ela no fim de contas).
Para a próxima... Para a próxima, acho que vou seguir o conselho da Mónica e comprar o tal spray de impermeabilização para aplicar eu em casa ;)
Não digo que não volte a usar as lavandarias (5 à Sec ou outras) mas vou pensar duas vezes antes de entregar peças, sobretudo se tiverem sido feitas por mim.

Obrigada pelos vossos comentários no post anterior, pela empatia, solidariedade e valiosas sugestões (se fosse preciso já ia preparada para preencher o livro de reclamações!).
Beijinhos a todas.

sábado, novembro 08, 2008

Estou... Furiosa!

Nem queria acreditar quando abri a minha capa branca hoje!
Fui levá-la a impermeabilizar à 5 à Sec há uma semana e quando a trouxe, olhei para ela, aparentemente tudo em condições, fiquei toda contente com a minha capa nova impermeabilizada. No dia em que a deixei lá até pensei "se há um azar e eles estragam uma peça de roupa é muito mau, mas se a peça tiver sido feita por nós, não há dinheiro no mundo que cubra o prejuízo, o tempo, o trabalho..." Como à vista estava tudo bem, arrumei-a no roupeiro e foi aí que esteve até hoje.

Hoje, abro-a em cima da cama, à luz do dia, para mostrar a uma amiga minha e ia caindo para o lado. O forro, o meu precioso forro, aquele tecido lindo que era perfeitamente liso, um dos pormenores de requinte da peça, está TODO MARCADO com fios arrepelados, como quando se prende um alfinete no tecido e se puxa e faz uma estria!
Estupidamente nunca me lembrei de verificar o forro! Era a última coisa que ia pensar que ia ter problemas... (Vê-se logo que não costumo ir a lavandarias) Do mal o menos, é uma parte que fica escondida ao usar, mas que dói, dói. Tanto cuidado que eu tive enquanto costurei, o forro estava impecável quando a terminei, nem a passar a ferro com o meu ferro barato aconteceu nada, e foi preciso ir à lavandaria para acontecer isto. Onde é que está o profissionalismo?

Apesar de já se ter passado o prazo de 48 horas para reclamar, claro que agarrei em mim e na capa e fui à lavandaria. O gerente não estava. A empregada foi educada mas não soube dizer o que é que poderia ter causado aquilo. Ainda por cima aquela luz por cima do balcão parece que disfarça os defeitos... acho que ela não viu toda a dimensão do problema. O meu suspeito óbvio é o ferro de passar, bastaria ter uma marca que seja no metal para arrepelar fios num tecido tão delicado como aquele. A empregada mostrou-me que o ferro deles tem uma protecção branca com furinhos o que supostamente evita essas coisas.

Resultado: não atou nem desatou. Ela não sabe o que foi, eu não consigo provar que foi ali (claro que insisti nesse ponto, como se eu me desse ao trabalho de lá ir chatear-me se não tivesse a certeza que foi lá) e já passou o prazo "oficial" de reclamar por isso nem sei se posso pedir o livro de reclamações... De qualquer modo, vou lá novamente para falar com o gerente e vou levar uma amostra do forro e pedir para passar a ferro para tirar as teimas. Agora tudo vai depender da atitude do gerente... Eu não quero "condenar" a marca mas gostava de saber que eles se preocupam.

Por isso, para já, fica aqui o desabafo e o alerta. Estou a contar os factos como aconteceram. E faço também uma consulta de opinião. Costumam usar a lavandaria? Alguma de vós já teve uma experiência semelhante? O que é que fizeram? O que é que eu faço???

Aqui ficam algumas fotos, não sei se conseguem perceber (foram tiradas com luz artificial, de dia vê-se bastante melhor):



terça-feira, novembro 04, 2008

Camisola Aran (parte II) / Aran sweater (II)

Terminada! Mesmo a tempo do frio que entretanto chegou.
Esta camisola deu-me algum trabalho, como é habitual nos trabalhos sem molde. A certa altura temos de avançar por tentativas. Acertar a parte superior das mangas com as cavas levou a alguns faz/desmancha/refaz. Outro detalhe foi o decote. De resto, o trabalho correu muito bem e foi uma satisfação enorme ter tricotado a primeira camisola para a minha cara-metade.
A Stephanie Pearl-McPhee, no livro Knitting Rules! refere-se à Maldição da Camisola, que diz mais ou menos o seguinte: “Se se tricota uma camisola para um companheiro romântico antes de haver algum vínculo legal, pouco tempo depois da entrega da camisola, ele irá terminar a (até aí) feliz relação e levar a camisola com ele. Como se calcula, isto é muito doloroso. Há sempre outros pretendentes e as pessoas sobrevivem ao fim de uma relação afectiva. A verdadeira tragédia é que ele se vai embora com uma excelente camisola...”
Penso que não será o nosso caso. Eu arranjaria maneira de reaver a camisola, de qualquer modo ;)

It’s finished! Just in time, as the cold weather is arriving.
As usual in projects without pattern, it took some hard work to achieve. Sometimes one must simply try on. Matching sleeves with armholes took me to some do/undo/redo. Another detail was the collar. In other hand, work really well and it gave me an enormous satisfaction knitting the first sweater for my soul mate.
Stephanie Pearl-McPhee, in her “Knitting Rules!” book, refers to the Sweater Curse, which holds that “ if you knit a romantic partner a sweater before there’s a commitment with some sort of legal binding, he will, within days or weeks of your delivering a sweater into a previously happy relationship, dump you and take the sweater with him. This is quite painful. There really are other fish in the dating sea and people survive painful break-ups all the time. The real tragedy is that he gets away with a great sweater…”
I think it won’t be our case. I’ll find some way of getting back the sweater anyway ;)


Receita: original (mais detalhes aqui)
Fio: Rosários 4 Ecowool 100% lã (50g/80m) na cor 49 – cerca de 20 novelos
Agulhas: 5 mm

Pattern: my own (more details here)
Yarn: Rosarios 4 Ecowool 100% wool (50g/80m) in shade 49 – about 20 skeins
Needles: 5 mm
Decote em V
O meu namorado queria um decote em V que não fosse muito aberto. Eu gostei da ideia de fazer um decote destes, mas sem seguir uma receita, era provável que não acertasse à primeira... As medidas que deixei para o decote pareciam-me suficientes mas, depois de tricotar o canelado do decote, obtive algo como um decote em V de gola subida: ficava demasiado justo ao pescoço! Solução: desmanchar e refazer a parte superior da frente da camisola de modo a alargar o decote. À 2ª tentativa o decote resultou aconchegante sem ficar apertado, na medida perfeita.
Fazer um decote em V é muito simples:
- marcar a malha central do decote (malha de meia),
- a cada 2ª volta enfiar a malha central e a malha anterior com a agulha direita como se fosse tricotá-las em meia e passá-las sem as tricotar,
- tricotar a malha seguinte e passar as 2 malhas anteriores sobre a malha tricotada.

V-neck
My boyfriend wanted a v-neck that was not very wide. I liked the idea of knitting this sort of neckline, but without a pattern it was quite probable I couldn’t do it right at first time… The first measures I took for the neck shaping seemed me right but after knitting the collar I got something like a turtle-V-neck, too tight! Solution: undo and redo the upper front to enlarge neck shaping. At second try I got the perfect measure.
Knitting a V-neck is very simple:
- place a marker on the central stitch (knit stitch),
- each second row, slip the central stitch and the anterior stitch knitwise to right-hand needle without knitting,
- knit following stitch and pass the 2 slip stitches over the knitted stitch.


O canelado com montagem tubular
Eis o pormenor da montagem tubular que eu utilizei no canelado 1/1 dos punhos e do cós e que já expliquei como fazer aqui. Como podem verificar, não se percebe a linha de montagem dos pontos, a orla do punho fica perfeitamente elástica, semelhante aos canelados das peças feitas industrialmente.

Rib and tubular cast-on
Here there is the detail of tubular cast-on I used on 1/1 rib and I already explained how to do
here. As you can see, cast on isn’t perceptible, the edge results elastic just like the ribs of industrial knitted pieces.


Muito quentinha e confortável, nem o Nino resistiu.
Very warm and cosy, even Nino was pleased.

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